Escutimo para Rapazes, Lord Baden-Powelll

BIPI como ele é ainda relembrado por todos os escuteiros em todo mundo, era General do Exército Inglês, andou por todo o mundo e conhecia relativamente bem muitas culturas deste planeta ... acabando a sua vida militar activa como General na Guerra dos Boers.

Em Mafeking, em África do Sul quando ainda era colónia do Império Britânico, ficou cercado pelos Boers  217 dias (segundo o Wikipedia, ver aqui. Ficou impressionado pelos jovens Scouts do Exército Britânico que entregavam a correspondência passando por fogo inimigo sem medo. No fim da Guerra e depois de ter ganho aos Boers o Cerco de Mafeking tornou-se um Herói do Império Britânico. A guerra provocou pouca indiferença na classe política britânica, os boers pediam a Independência ao contrário do povo africano e dos britânicos, assim nasceu o berço a Commonwealth que viria a suceder ao Império Britânico. 

Lord Baden Powell tornou-se Lord por reconhecimento da Casa Real Britânica, mesmo assim depois de ver tanto sangue achava que devia deixar algo, a juventude seria a que necessitava de uma ajuda, precisavam de novos heróis e valores e não uma herança de sangue. Assim pegou nos bons exemplos que viu na sua vida e escreveu o "Scouting for Boys" que iria ser lançado em fascículos,  daí serem publicas fotos dele com trages Indios, etc ... Em Portugal o livro chama-se "Escutismo para Rapazes", tem de ser publicado anualmente se não o Corpo Nacional de Escutas,  Associação dos Escoteiros de Portugal ... deixam de ser reconhecidos pelo Movimento Internacional Escutista com sede em Londres e seu Presidente Edward Kent (salvo  erro).

Em 1903 faz um teste na Ilha de BrownSea, onde com alguns miúdos test a algumas das suas ideias, algumas inspiradas nos miúdos de Mafeking, depois fundou o Movimento Internacional Escutista. Turnou-se um sucesso enorme, os miúdos aderiram querendo seguir o ideal que não era contra povos, mas no Scouting for Boys diz o seguinte "Quando a vossa Pátria vos chamar, não tenham problemas em o fazer !" (Escutismo para Rapazes, versão Portuguesa do CNE).
Infelizmente o Escutismo ainda era novo quando chegamos à Primeira Grande Guerra, nessa altura era residual, até porque não deviam ir todos os jovens, tinham de ser como sempre foram ... investigados. 

Infelizmente outros países que estavam a passar a Fascistas, extrema-direita, inspiraram-se no sucessos dos Escuteiros e criaram : Camisas Pretas (Itália), Camisas Castanhas (Reich III), Mocidade Portuguesa (Estado Novo), Camisas Azuis de Rolão Preto. Houve também nos EUA problemas, falsos escuteiros faziam a saudação nazi numa foto muito conhecida, foram todos expulsos por Baden-Powell pessoalmente.

No Escutismos não se ensina a disparar e muito menos levar como principal objectivo usar armas de fogo, mesmo quem 1946 a Mocidade Portuguesa tenha usado parte do ideal do Corpo Nacional Escutas (Fonte O Livro dos Escuteiros de Marta-Reis). 

O Movimento Escutista tem sentido hoje ? Os Jovens podem dizer "Não precisamos porque no FB fazemos grupos e combinamos acampar", "Não nos interessa uma farda quando não somos militares e o Serviço Militar não é obrigatório" , "ajudar os pais em casa não estamos para isso", "Falar com pessoas do outro mundo também fazemos na internet".

Então onde entra o Escutismo ? posso dar algumas razões :

- Saber que a Bandeira Nacional, e o Hino, não são só de equipas de desporto representando Portugal

- Aprender a dar mais valor aos idosos porque um dia chegamos lá

- Conhecer pessoas com fé no nosso Deus, (católicos no CNE), e o Deus dos três livros sagrados na Associação de Escoteiros de Portugal, não sendo uma coisa fora de moda

-  Aprender que podemos viver educados pelos nossos Chefes a enfrentar algumas coisas como adultos que não são fáceis.

- Ficarmos em paz com a nossa consciência porque vemos outros que fazem o mesmo que nós

Existem muitas mais ... como diziam os meus Chefes do 191 do CNE "Uma vez Escuteiro, Escuteiro para toda a vida".

Uma canhota a todos
Sempre Alerta

Nuno Guilherme de Bragança de Bourbon de Battenberg
Conde de Barcelona