Eu e os Pink Floyd

 


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Tudo começou quando eu tinha 4 anos de idade, eu filho de retornados, vivia no mesmo quarto dos meus pais Joaquim e Leonor e dois irmãos, o Mané e o João.
O meu pai ouvia a Rádio Comercial todos os dias à 7h da manhã, e num dia em 1979 ouvi  Rádio dizer que o último single dos Pink Floyd tinha sido proibido no Reino Unido ... tocaram na Rádio, Another Brick in the Wall. (a memória das crianças grava para se lembrarem mais tarde a partir dos 4 anos de idade).
Em 1980/81 quando andava na Escola Primária da Glória a minha professora levou-nos para o ginásio com colchões e vimos um filme de 8mm de um acidente de um carro cisterna dos Bombeiros Velhos que explodiu em São Bernardo, com helicópteros da FAP e uma música de fundo ... que reencontrei em 1987/89 Shine on Crazy Diamonds. O meu pai Joaquim não me censurava a ouvir música, ouvíamos de todos os géneros na Rádio Comercial.

Andei uma vida de miúdo sem saber o que ouvia sem ser o que o meu pai colocava na Sansui a tocar nos Vinilos, e a Rádio que ele me tinha dado um Corona a pilhas mais uma Parker em 1980 quando fui para a Escola Primária ... não sabia inglês, estava no meu início mas em 1984/86 tinha notas de musica sempre 4 e 5's sem estudar a flauta de bisel.
Em 1987 vem o Momentary Lapse of Reason dos Pink Floyd,  não ficou na minha memória  até que em 1989 comecei a voltar para trás, colegas das aulas andavam com Vinilos dos Pink Floyd, o Atom Hearth Mother da Tânia e pouco mais ... a música ainda não estava na minha cabeça com uma grade doze de Beatles, foi em Veneza que tudo mudou.

Em 1989 vimos na RTP em directo para todo o mundo o Concerto dos Pink Floyd em Veneza, já depois do meu pai ter escrito uma carta à RDP para se possível passarem o som que entrava na RTP fosse transmitido em directo para podermos ouvir os concertos com melhor qualidade de som ... stereo ! Assim também foi com : Dire Straits, Live Aid, Queen, Pink Floyd, Roger Waters, Jean Michael Jarre, Genesis  ... Imaginam o concerto em directo em Stereo na Sansui do meu pai de Alta Fidelidade ? Ninguém tinha o que existe hoje, DVD's, leitores de cinema e muito menos imagem de grande qualidade ... eu vi e marcou-me, era adolescente com alguma paixões por miúdas que já tinha desde os meus 4 anos ...

Levei pancada por ver uma Fender Stratocaster vermelha do meu pai David, mas não estava na minha lista de prioridades, até que o meu pai Joaquim dá-me a minha primeira guitarra, 30 contos na Adágio em 1989 ... desculpem o salário mínimo era menos de 70 contos ... era e é uma boa guitarra castelhana.
Já andava nos Escuteiros, no Argp.191, eles/as também ouviam Pink Floyd, e tocavam guitarra à maneira deles, e aprendi algumas coisas, assim como os primeiros acordes de Blues que não gosto na guitarra clássica ... os Nirvana lá entraram com Come as you are para sempre eu afinar as guitarras na Escala Maior em Mi. Fiquei maluco por Pink Floyd, nem fazia a mínima ideia de eles serem irmãos dos meus pais ... de sangue, era um choque muito grande se os conhecesse e depois nem tocava guitarra e nem fazia não do que fiz nestes anos todos ... Os miúdos filhos de estrelas queixam disto ... a sombra dos pais !
No início a guitarra era complicada para mim, a clássica/castelhana, os acordes de Blues e algumas músicas de acordes não eram suficientes para mim, já tocava a Apache por ouvido dos Shadows ... era por aqui que eu iria, os acordes Lá Mi Ré não eram suficientes para um miúdo que adorava a Abertura de 1812 de Tchaikovsky ... música clássica. Fiz o meu caminho ...

Em 1990 depois de ver uma Exposição de Informática na Exponor, vi um teclado pela primeira vez ligado a um PC, um Roland PC-180 e uma placa de som Adlib. Com dinheiro de trabalho justo, comprei uma Adlib na Inforlândia para o meu IBM PS/2 Model 30 que foi substituído por um melhor IBM PS/2 Model 35sx pelo meu pai ... um Intel 80386sx a 20 Mhz em 1991 que já dava para viajar pela música ... Com software freeware de revistas de informática já podia tocar música com um sintetizador usando o teclado de computador ... por ouvido escrevi algumas músicas de Vangelis em pauta ... já dava para brincar.
Em 1993 comprei com o meu dinheiro uma placa ProAudio Quadrifônica para substituir uma compatível Sound Blaster que comprei em 1992, era pesada para fazer música mas dava para safar ... era profissional ... e já tinha software grátis de colar samples e fazer alguma coisa cortando e colando samples gravados no meu IBM. Já sintetizava a voz com um programa grátis de MS-DOS/PC-DOS, brincava ... e em 1994 chega o Division Bell dos Pink Floyd.

O The Bell comprei no dia em que tinha saído, fui à Estúdio 1 no Oita e levei para casa, no mesmo ano que comprei uma Tshirt dos Pink Floyd que ainda tenho, eram a minha banda favorita quando o resto ouvia Madredeus, Nirvana ... e eu comecei a questionar a parte técnica das bandas e da musica, porque os Lá Mi Rés não me entravam na cabeça ... achava com 14 anos demasiado "seca" quando comparava com o "Concerto de Aranjuez de Joaquim Rodrigo" da Erato que o pai tocava na Sansui ... sim a comparação da guitarra clássica era sempre com esta peça de música clássica que ainda hoje serve de treino para mim.

Acordes de bordões ? comparando com Flamenco ??? ... o meu sangue espanhol dizia "adoras solos  ... e não acordes" ... Em 1996 vem o Cakewalk através de um amigo e começo a ir um bocadinho mais longe, com o teclado emprestado de um amigo um Kawai e uma placa emprestada da Creative Labs, uma Sound Blaster AWE 32bits com 128Mb de RAM. Comecei a fazer algumas coisas com o meu amigo Sandro, batia certo o que fazíamos e a gravar digitalmente para um PC em 1996 ... Eu comparava-me sempre aos Pink Floyd (sem saber), e como ia para os teclados (a clássica a guitarra ia andando a memorizar a escala maior em todo o braço dela), ia pelo Ricardo Justo (meu tio), e pensava que podia-se fazer alguma coisa entre os Pink Floyd meus e os Genesis do Sandro, os Led Zeppelin entraram na minha vida por essa altura ... já não era um miúdo, eu adulto com 21 anos.
Então nasceram os Cut&Paste, os Popol Vu, os Beyond Belief (nomes dados por mim), eu e os meus dois irmãos mais dois amigos. Comecei a ver o que lia em livros, uma banda se não houver quem manda e comanda não vai a lado nenhum ... tudo se viu quando o meu pai Joaquim morreu, desistiram quando uma música minha foi publicada numa revista portuguesa a ProMúsica e depois de ter revisto a Another Brick in The Wall e ter mudado a letra para uma crítica directa ao departamento onde estudava ... era o sangue do irmão da minha mãe, o tio Rogério que ainda não conhecia ... mas sabia pelo tio David (o que lia) "quando somos novos somos radicais e quando chegamos a adultos somos mais conservadores". Sim sabia, a nossa vida condiciona tudo o que fazemos da música até estudar ...Ah mas em 1996 ouvi o Ricardo Justo na RC, a falar do último disco dele a solo e dizendo que esperava fazer mais alguma coisa com a banda dele.
 
Continuei ... em 1999 comprei o Roland PC-180 e fui pelo meu caminho, comprei mais discos dos PF de forma a confirmar o que li em 1994 num livro que comprei sobre eles, só três discos deles excelentes ? Comecei em 2000 a fazer tudo sozinho no meu Pentium III ... mais poder computacional, mais espaço para ideias e sonhar ... sabia que era impossível fazer alguma coisa e vender ... música espacial instrumental não vendia ... o rock progressivo não existia na Rádio, continuei.

Tive de ir pagar contas e vendi CD's e DVD's entre 2002 e 2004, ou seja estive mais próximo da música e poder ouvir de tudo um pouco ... reduzi a minha crítica ao que muitos faziam e continuava ... o que fazia de música já com a Fender Stratocaster e o Roland PC-180 levantou vôo ... Comprei os Live at Pompeii dos Pink Floyd em DVD, concertos dos músicos a solo ... de tudo um pouco. Condicionava o que fazia a música que ouvia ? sim ... fui às fontes dos PF, Jazz e Clássica ... ouvi John Coltrane e Miles Davis, influências deles ... Compro a minha Fender Stratocaster Highway One americana em 2002

Os Pink Floyd não ficaram de lado por ouvir outras bandas, ouvia menos, mas vi o que adorava deles : Ummagumma Live, Meddle, discos que acho que qualquer fan devia experimentar ... se adora instrumentais. Em 2004 vi eles na TV por causa do Live 8, em directo no meu PC porque a RTP cortou a transmissão ... comprei o disco a solo do meu tio DG On a Island, comprei tudo que eles faziam ... até hoje. Tenho a minha opinião pessoal, mas até na Stratocaster tento fugir ao que a família faz ... e no teclado igual ... Um dia talvez, porque ando muito pelo Flamenco ... excelente para solos de Rithm and Blues.

Em 2005 vi um disco de Alan Parson também meu tio, produtor do Dark Side of the Moon dos Pink Floyd, com um solo de DG. E em 2014 depois da parte a solo do tio DG, veio um novo disco dos Fluído Cor de Rosa, um bocadito difícil à primeira de ouvir mas quando vi que tinham usado influências dos discos todos anteriores ... alto serve para ouvir! Endless River dos Pink Floyd depois tornou-se num dos meus preferidos ? também gosto muito do "Is there anybody there" que saiu em 2000.

Depois de muito ser dito deixo os sites a visitar :

Pink Floyd website : https://www.pinkfloyd.com/
Pink Floyd na Amazon : http ://shorturl.at/fjptC
Pink Floyd Instagram : https://www.instagram.com/pinkfloyd/
Pink Floyd no Facebook : https://www.facebook.com/pinkfloyd
Pink Floyd no Spotify : https://open.spotify.com/artist/0k17h0D3J5VfsdmQ1iZtE9

Continuam a ser os principais ? da música calma para recarregar a pilhas sim, excelentes para ouvir a fotografar ...

Continuamos
RM 

 

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